Ir al contenido principal

Destacados

POSTALES DE OTOÑO

  ELENA SANZ, CAMPO GRANDE VALLADOLID ISABEL   MUÑOZ. CAMPO GRANDE VALLADOLID MARÍA JESÚS FRAILE. SANTANDER ELENA SANZ. VALLADOLID Es tiempo de otoño,  momento para disfrutar la variedad de colores que nos regala la naturaleza. Desde quitalamordaza.com agradecemos las colaboraciones de todas las personas que han encontrado un minuto para disfrutar la belleza y compartirla. ANA MARÍA GARCÍA. ATARDECER EN ALDEA DEL OBISPO CARMEN ELENA. VICENTE, LINARES. SALAMANCA TERESA POLO. MASUECO. SALAMANCA EVARISTO DE VICENTE. SOTOSERRANO. SALAMANCA. BLANCA SAAVEDRA. CUADRO PROPIO MARISA MARCOS. ATARDECER DE ALDEA DEL OBISPO. SALAMANCA MARIANO PORDOMINGO. ALCÁNTARA. CÁCERES.  MAGDALENA FRAILE. CALZADA DE VALDUMCIEL NATI CABEZAS. RÍO TORMES, VILLAMAYOR. ANTONIO LUÍS GÓMEZ. TERESA MARTÍN. SALAMANCA MERCEDES FUENTES. SALAMANCA MARÍA JESÚS PORTELA. CASTAÑAS. NOEMÍ MATEOS. PUERTO DE BÉJAR JUAN ANTONIO MARTÍN. RIVERA DE TURONES. FRONTERA CON PORTUGAL, EN ALDEA DEL OBISPO. PILAR LÓ...

NATAL, por JOSÉ DE CAMPOS

 

N A T A L


Diz-se que o Natal é sempre que o homem quiser, mas é certamente mais Natal, na época que o calendário determina...


Em que há frio,

calor humano,

neve, uma lareira,

chuva, um agasalho,

frio nos pés, Missa do Galo.

Algum desengano, talvez enguiço,

azeite, bacalhau, couve e muito alho.

Doentes a sofrer,

pobres sem um tecto,

gente em sua terra, 

soldados na guerra,

famílias felizes, outras nem por isso.

Uns que têm paz, outros solidão,

uns com abundância e muitos sem pão.

Montras enfeitadas,

lares sem aconchego,

montes de famílias em desassossego.

Bolos, filhoses, 

um surdo clamor de pobres vozes, 

desemprego.

Olhitos de criança, o Pai Natal,

prenditas no sapato, frio glacial,

muitas correrias, algum desacato.

Um olhar ao Céu, uma prece a Deus,

e quem é cristão a lembrar os seus.

Os nossos amores, que connosco vivem,

e os progenitores que nos deram vida,

e a qualquer momento estão de partida.

Os filhos dilectos a chegar a casa,

e os avós e netos a atiçar a brasa.

O cheiro dos fritos em cima da mesa,

e a triste lembrança de muita pobreza.

Um lar de abundância,

e a recordação de uma pobre infância,

e de alguns medos, 

de um tempo passado com poucos brinquedos.

Lembranças da terra,

da massa a fintar na grande panela, 

chama a crepitar, e cheiro a canela.

O madeiro em chamas, aquecendo a praça,

o calor no rosto da gente que passa,

o velho e o jovem que seus sonhos traça.

O menino nu em palha estendido, causa um arrepio,

mas, porque é divino, nunca sente frio.

É tempo de esperança, de uma nova aurora, 

e se eu não me lembro,

digam-me agora,

quando é o Natal, se não em Dezembro?  


 José de Campos



                                             







Comentarios

Entradas populares